Plantando novos olhares: A semente do audiovisual é lançada na Escola Municipal Dr. Pedroza em Santo Antônio do Leite


Brindados com a graciosidade lilás das quaresmeiras pelos caminhos que nos levaram de Ouro Preto a Santo Antonio do Leite dos dias 25 a 29 de outubro, iniciamos mais uma aventura de despertar diferentes olhares em uma oficina de audiovisual promovida pelo Programa Sentidos Urbanos: patrimônio e cidadania/Base Criativa – laboratório patrimônio, na escola Dr. Pedrosa naquele distrito que foi mais que acolhedor – familiar.

Uma bolinha de gude, minúscula, ousou de sua capacidade de rolar pelo chão para dar início a uma semana de aprendizados, buscas, construção de um processo encantador. Aos poucos fomos nos conhecendo e reconhecendo quando, a bolindre lançada pelo outro chegava até nós trazendo o desafio de falar quem éramos e do que gostávamos de fazer. Assim aquela turma do 9º ano começava a semana – brincando de bolinha de gude para despertar o interesse e o gosto por um mundo de infinitas possibilidades – o de contar as histórias através das imagens.

Os trabalhos foram acontecendo de modo surpreendente. Aqueles alunos foram aos poucos aprendendo a construir roteiros, a trazer os seus trajetos cotidianos puxados na memória movidos pela afetividade que os compõem.

Uma das propostas da oficina foi a de eleger pontos da comunidade, de referência para o grupo, como a igreja de Santo Antonio, o Casarão – hoje hotel Ville Real e a própria escola. O objetivo era construir roteiros afetivos que se transformaram em histórias contadas por eles e por moradores, cuidadores daquele mágico lugar. Um enredo fascinante que revela as marcas da vida, de ontem e de hoje, num encontro maravilhoso de gerações diferentes.

O final da semana ia chegando com gosto de saudade. As mãos agora já não tinham mais sementes... Elas foram lançadas em uma terra bastante fértil, que já começou a ser regada com sonhos, entusiasmos e a esperança dos frutos que mesmo tão rapidinho começaram a despontar. Elas agora carregam, câmeras, tripés, para registrar o que eles aprenderam a ver.

De volta, fielmente acompanhados pelas quaresmeiras da estrada, continuamos motivados pelo mesmo desejo: o de despertar novos sentidos, para reconstruir as belas histórias tecidas no tempo e no espaço de jeito novo e marcado pela criatividade.

Texto: Lidiane Andrade

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