Arte Kusiwa é revalidada como Patrimônio Cultural do Brasil

A imagem pode conter: 2 pessoas, pessoas sentadas e área internaA Arte Kusiwa – Pintura Corporal e Arte Gráfica dos índios Wajãpi, no Amapá, é o primeiro bem de natureza imaterial a ter o título de Patrimônio Cultural do Brasil revalidado. O ato inédito aconteceu na tarde desta quinta-feira, 27 de abril, por decisão unânime do Conselho Consultivo que avaliou se a manifestação, após 10 anos de Registro, manteve-se viva como referência cultural para sua comunidade e consequentemente para o país.



Os Índios Wajãpi comemoraram a revalidação. "É muito importante para os Wajãpi porque o Iphan e valoriza os conhecimentos e expressões graficas dos Wajãpi. O Iphan ajudou muito na formação dos pesquisadores que fizeram muitos livros sobre os conhecimentos do povo para fortalecer o jeito de ver e as práticas Wajãpi", disse o cacique Kasipirina. "A arte Kusiwa, não é apenas nossa. É do mundo, dos peixes, das casas e dos outros. O plano de salvaguarda é muito importante para fortalecer o conhecimento dos Wajãpi. E é através dele que o povo se organizou para fazer planos de trabalho para a gestão da terra e organização social", completou.

Junto com o Ofício das Paneleiras de Goiabeiras (ES), a Arte Kusiwa foi o primeiro bem considerado Patrimônio Cultural do Brasil e, igualmente, foi o primeiro a ter sua revalidação analisada. Inscrita no Livro de Registro das Formas de Expressão, em 2002, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e titulada pela UNESCO como Obra-Prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade, em 2003, e depois como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, em 2008. A Arte Kusiwa é um sistema de representação gráfica próprio dos povos indígenas Wajãpi, do Amapá, que sintetiza seu modo particular de conhecer, conceber e agir sobre o universo. 
De acordo com o diretor do Departamento do Patrimônio Imaterial (DPI/Iphan) Hermano Queiroz, após o Registro, foi construído um Plano de Salvaguarda com os detentores do bem cultural, sendo o patrimônio monitorado e avaliado pelo Iphan. A execução do Plano foi feita por diferentes atores, seja da comunidade, governos, instituições públicas ou privadas. “A Política do Patrimônio Cultural é transversal e integrada, não sendo um processo de competência exclusiva do Iphan. Ao instituto, cabe, principalmente, a articulação entre esses diversos agentes, tendo por meta primordial a sustentabilidade cultural do bem”, explica.    
No caso da Arte Gráfica dos Wajãpi, cinco instituições estão diretamente incumbidas da preservação da forma de expressão cultural, atuando cada uma delas em seus campos específicos, mas de forma articulada – via CONSELHO CONSULTIVO Comitê Gestor do Plano de Salvaguarda: Museu do índio (Funai); Conselho das Aldeias Wajãpi (Apina); Centro de estudos ameríndios (CEstA) Núcleo de História Indígena e do Indigenismo da Universidade de São Paulo (USP); o Instituto de pesquisa e formação indígena (Iepé); o Núcleo de Educação Indígena (NEI-AP), e o programa de Licenciatura Intercultural da UNIFAP.
Para Saber mais: http://portal.iphan.gov.br/noticias/detalhes/4097/arte-kusiwa-e-revalidada-como-patrimonio-cultural-do-brasil 

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